O papel da Informática Educativa



"A educação é, antes de mais nada, desenvolvimento de potencialidades e a apropriação do "saber social" (conjunto de conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que são produzidos pelas classes, em uma situação histórica dada de relações para dar conta de seus interesses e necessidades). Trata-se de buscar, na educação, conhecimentos e habilidades que permitam uma melhor compreensão da realidade e envolva a capacidade de fazer valer os próprios interesses econômicos, políticos e culturais" (Gryzybowski, 1986:41-2)
Ao nos colocarmos diante desta realidade existencialista, olhamos um mundo totalmente globalizado, sendo levado para um liberalismo exacerbado, temos que suscitar o senso crítico que a educação proporciona, e levarmos os educandos a interagir na sociedade, buscando o seu aphartid das sociedades dominantes e usar a educação para sua libertação e conseqüente participação igualitária no mundo globalizado.
O mundo caminha a passos largos, diminuindo distâncias entre os seres, fato este que está levando os mesmos a uma contextualização do futuro acontecendo hoje, surgindo um novo paradigma educacional, que determina a escola como ambiente criado para uma aprendizagem, rica em recursos, possibilitando ao aluno a construção do conhecimento a partir de uma individualização estilística de aprendizagem; tendo na figura do professor, não um mero transmissor do conhecimento, mas um guia, um mediador, como co-parceiro do aluno, buscando e interpretando de forma crítica as informações, pois este mesmo professor passa a contar com o desenvolvimento tecnológico de informações, levando-o a um novo centro de referência educacional, transformando o saber ensinar em saber aprender, preparando esta nova geração, para uma nova forma de pensar e trabalhar, levando o aprender a uma maior rapidez, renovando o aprendido.
A informática, está entrando na educação pela necessidade de se transpor as fronteiras do educar convencional, pois tudo que se modernizou na educação até o advento da informática se tornou convencional, frente a esta nova forma pedagógica de educação, oportunizando às escolas uma renovação de trabalhar os conteúdos programáticos, propiciando ao educando, eficiência na construção do conhecimento, convertendo a aula num espaço real de interação, de troca de resultados, adaptando os dados à realidade do educando.
Esta forma de aprender a relação com mundo novo que se apresenta, nos permite perceber que a forma e o conteúdo do desenvolvimento não se torna arbitrário, onde os processos educativos se constitua na construção orgânica, pari passu com a construção da própria sociedade. "O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato filosófico, bem mais importante e original do que a descoberta por parte de um gênio filosófico, de uma verdade que permanece como patrimônio de pequenos grupos de intelectuais". (Gramsci 1978 a:13)
À educação cabe hoje o papel norteador, para superação das crises do trabalho, transitando do homo studioso para homo universalis
O computador na escola, uma máquina de evolução e revolução tecnológica abrangente, fato de uma socialização emergente de uma nova sociedade, formador dos princípios alocados no interior da construção do conhecimento, como um todo reflexivo da afetividade social.
Já não se discute mais se as escolas devem ou não utilizar computadores, pois a informática é uma inapelável realidade na vida social, ignorar esta nova tecnologia é fadar-se ao ostracismo. A questão atual é: como utilizar a informática de forma mais proveitosa e educativa possível.
A este questionamento se assenta algumas diretrizes essenciais para o desenvolvimento do processo em questão. A primeira diretriz é: a superação do preconceito que ainda persiste em relação à máquina como processo educativo, a segunda é: elaborar o rol das principais necessidades pedagógicas na sala de aula; o que poderá ser resolvido com a ajuda de um especialista, e o computador terá como atende-las.
Computadores nada mais são do que solucionadores de problemas, porém sozinhos, não fazem nada, e só se tornam com mil e uma utilidade quando com a ajuda de um bom professor, contudo se faz necessário lembrar que o computador é o meio não o fim..
A introdução do computador no ambiente escolar, é hoje uma necessidade para o crescimento de uma nova pedagogia enovadora, assentada na susceptibilidade de educadores propensos a didáticas renovadas
Ninguém precisa sair correndo atrás de um curso de informática só porque o computador chegou na escola, o primeiro contato deve ser feito com cuidado, para que se crie um bom relacionamento, oportunizando familiarizar-se com esta nova tecnologia, pois nem todos os professores se sentem a vontade para entrar num laboratório de informática sem um mínimo de conhecimento. Não podemos esquecer que a iniciativa deve ser do professor na opção pelo uso, de acordo com seu interesse e necessidade, nunca através da obrigatoriedade; o domínio da máquina e dos programas devem acontecer pari passu. Quando nos deparamos com uma tecnologia tão avançada, somos levados e tentados a forçar uma nova realidade, mas é fundamental que partamos do princípio de que o novo deve ser empregado exclusivamente para facilitar, reforçar ou motivar o estudo das disciplinas curriculares, para depois com conhecimento de causa passar a selecionar programas didáticos e criar programas pedagógicos baseados nas experiências pedagógicas.
Colocar-se como educador deste processo informatizado é conscientizar-se da importância do seu papel, sabedor de que não é ele quem deve indicar o que é próprio de cada educando, mas sim estar constantemente atento para o desvelamento de poder-ser próprio de cada um, levando em conta que cada tecnologia modifica algumas dimensões de nossa inter-relação com o mundo, da percepção da realidade, a interação com o tempo e o espaço.
Partindo deste pressuposto, fica difícil conceber uma atuação docente com boa qualidade se o educador não caminhar em direção ao desenvolvimento, reconhecendo a necessidade de se colocar dentro do seu tempo.
Ao se apropriar deste conhecimento tecnológicos, se defronta com uma democratização do acesso a educação, buscando na máxima "para aprender é preciso agir intelectualmente sobre a informação", isto dará ao educador aprendiz uma nova concepção na construção de seu conhecimento, lembrando que tecnologia computadorizada não se resume em mouse, teclados cpus e software, mas sim em saber emprega-los numa realidade pedagógica existencial.
O educando, é antes de tudo o fim, para quem se aplica o desenvolvimento das práticas educativas, levando-o a se inteirar e construir seu conhecimento, através da interatividade com o ambiente de aprendizado. É o educando participante ativo neste processo de aprendizagem, interagindo e tendo um senso de posse dos objetivos do aprendizado.
Ante a todo estes processos e necessidades que é provocado pelas necessidade de evolução, o Estado de Pernambuco, se tornou pioneiro na introdução da informática na educação, e desde a muito vem tendo experiências com este processo pedagógico, tendo em l989 instalado através do Programa Nacional de Informática Educativa - PRONINFE e Secretaria de Educação do Estado, o Centro de Informática Educativa – CIEd/PE, no Departamento de Tecnologia Educacional – DETE e instituiu dois Laboratórios de Informática Educativa – LIEDs em escolas do Recife, introduzindo a "cultura da informática" na rede estadual de ensino em Pernambuco.
Hoje, o "Programa de Informática para a Rede Pública de Ensino de Pernambuco" inserindo no plano Estadual de Educação 1996/1999, e vinculado ao Programa Nacional de Informática na Educação-PROINFO, é real.
Este programa contemplou então a formação dos NTEs, que são núcleos capacitadores de professores, para que os mesmos possam adquirir noções e especificações de como usar o computador a partir do conceito de ferramenta pedagógica, nunca como sala de informática comercial.
Terão ainda os NTEs a função de sensibilizar e motivar as escolas para a incorporação da tecnologia de informação e comunicação, dando apoio ao processo de planejamento tecnológico das escolas para aderirem ao projeto estadual de informática na educação, capacitando professores e equipes administrativas das escolas, assessorando pedagogicamente para o uso da tecnologia no processo ensino-aprendizagem .
Fato este que levará os NTEs a estruturar um sistema de formação continua de professores no uso das tecnologia de informação, desenvolvendo modelos de capacitação que privilegiem a aprendizagem cooperativa e autônoma, possibilitando aos professores de diferentes regiões geográficas do país oportunidade de intercomunicação e interação com especialistas, gerando assim uma nova cultura de educação a distância, levando a socialização do conhecimento a uma situação transformadora das práticas pedagógicas, pois socializar o conhecimento, motivará o professor a uma interação do processo cooperativo, na qual os professores capacitarão professores.
Não resistir a esta nova ordem, e projetar-se no mundo da informática, tendo os NTEs como ponto de referência para junto com os coordenadores buscarem a solução para uma informática educativa eficiente e pedagogicamente
correta, pois o objetivo amplo e irrestrito do NTE é:
Expandir o uso da informática nas Escolas Públicas de Pernambuco enquanto ferramenta pedagógica, capaz de potenciar a aprendizagem de campos conceituais nas diferentes áreas do conhecimento, de introduzir elementos contemporâneos na qualificação profissional de modernização da gestão escolar.
BIBLIOGRAFIA
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